A incontinência urinária - perda involuntária de urina - é um problema comum e frequentemente embaraçoso. A intensidade varia de perder urina ocasionalmente ao tossir ou espirrar a ter uma vontade tão repentina e forte de urinar que você não consegue chegar ao banheiro a tempo.
Embora ocorra com mais frequência com o envelhecimento - 30% das idosas e 15% dos idosos apresentam a condição - esta não é uma consequência inevitável do avanço da idade. Se a incontinência urinária afetar suas atividades diárias, não hesite em consultar o seu médico. Para a maioria das pessoas, algumas mudanças simples no estilo de vida ou um tratamento médico podem aliviar o desconforto ou interromper o problema.
Muitas pessoas apresentam pequenas perdas ocasionais de urina. Outros podem ter escapes leves a moderados com mais frequência. Conheça agora os tipos de incontinência urinária:
É comum ter dois ou mais tipos de incontinência urinária (incontinência mista). Se sentir algum destes sintomas, entre em contato com o seu médico assim que possível.
A incontinência urinária não é uma doença, mas sim um sintoma. Ela pode ser causada por certos hábitos diários, doenças ainda não diagnosticadas ou problemas físicos. Uma avaliação completa por seu médico pode ajudar a determinar o que está causando o problema.
Certos alimentos, bebidas e medicamentos podem atuar como diuréticos (estimulam a bexiga e aumentam o volume da urina), como álcool, cafeína, refrigerantes e água mineral com gás, adoçantes artificiais, chocolate, pimentas, alimentos ricos em especiarias, açúcar ou ácido, especialmente frutas cítricas, medicamentos para pressão arterial e para o coração, sedativos e relaxantes musculares ou grandes doses de vitamina C.
A incontinência urinária também pode ser causada por uma condição temporária ou facilmente tratável:
Por outro lado, mudanças fisiológicas podem requerer acompanhamento médico e tratamento mais detalhados. Por exemplo, devido à idade, a contração do músculo da bexiga se torna mais difícil e a capacidade de armazenar urina diminui.
Nos homens, a prevalência de incontinência varia de 3% a 11% no geral, e a incontinência de urgência representa entre 40% e 80% de todos os casos nos pacientes do sexo masculino. Este tipo de incontinência urinária geralmente ocorre por causa de um aumento da próstata, uma condição conhecida como hiperplasia prostática benigna.
O câncer de próstata também causa incontinência quando não tratado, por causa do aumento da glândula, e os pacientes em tratamento podem sofrer com esta condição como efeito colateral dos medicamentos.
Além disso, tumores em qualquer parte do trato urinário podem obstruir o fluxo normal de urina e levar à incontinência por transbordamento, bem como cálculos urinários (pedras na bexiga).
Problemas neurológicos como esclerose múltipla, Parkinson, acidentes vasculares cerebrais (AVC), tumores cerebrais ou lesões da medula podem interferir nos sinais nervosos envolvidos no controle da bexiga e causar incontinência urinária.
Conforme você envelhece, os músculos da bexiga e da uretra perdem força. Além disso, mulheres têm uma probabilidade maior de sofrer incontinência de esforço. Entretanto, os homens com problemas de próstata apresentam alto risco de incontinência de urgência e transbordamento.
Histórico familiar, especialmente de incontinência de urgência, e doenças neurológicas ou diabetes também aumentam seu risco.
Dois fatores que podem ser mudados e reduzir seu risco de desenvolver a condição são o controle do peso, já que o sobrepeso e a obesidade aumentam a pressão sobre a bexiga e enfraquecem os músculos ao redor, e parar de fumar, porque o tabaco tem componentes que irritam a bexiga.
A incontinência urinária nem sempre pode ser prevenida, mas algumas mudanças de comportamento podem ajudar a reduzir seus riscos:
O tratamento da incontinência urinária depende do tipo, da gravidade e de uma causa geralmente pré-existente, ainda que não diagnosticada. Pode ser necessário fazer uma combinação de tratamentos, partindo dos menos invasivos aos mais complexos, caso os primeiros não apresentem os resultados esperados. Se uma doença pré-existente estiver causando os sintomas, o médico tratará essa doença primeiro.
Exercícios para fortalecer os músculos do assoalho pélvico: Conhecidos como exercícios de Kegel, os movimentos que fortalecem o assoalho pélvico podem aumentar seu controle sobre a micção. Eles são especialmente eficazes no tratamento da incontinência de esforço. Para as mulheres, o uso de pessários, dispositivos de silicone colocados na vagina, podem ajudar a elevar a bexiga e evitar os escapes de urina.
Medicamentos: Seu médico pode receitar medicamentos anticolinérgicos, para tratar a bexiga hiperativa, já que relaxa o músculo detrusor, responsável pela expulsão da urina do órgão, ou bloqueadores alfa, que ajudam a aumentar o fluxo urinário e reduzir o volume residual após urinar.
Cirurgia: Se outros tratamentos não funcionarem,
existem vários procedimentos cirúrgicos que podem tratar os
problemas causados pela incontinência urinária.
Nos homens, duas opções cirúrgicas ajudam a controlar a incontinência.
Esfíncter urinário artificial - Um dispositivo composto de um pequeno anel
cheio de
líquido é implantado ao redor do colo da bexiga e uma válvula é implantada sob a pele do
escroto. Ao ser
pressionada, faz com que o anel esvazie e permita que a urina flua para fora da bexiga.
As mulheres contam com diversas alternativas cirúrgicas, como:
Sling feminino - Por via vaginal, uma fita de polipropileno é inserida abaixo da uretra, se
integra
aos tecidos do corpo e aumenta a resistência do órgão, de maneira a evitar os escapes.
Suspensões do colo vesical - cirurgia que ajuda a colocar uma bexiga flácida
de
volta à sua posição normal
Procedimento de Marshall Marchetti Krantz (MMK) - cirurgia em que o tecido ao
redor
da uretra é levantado e costurado no osso na parte frontal da pelve e no tecido atrás da parede
abdominal.
Cirurgia de Burch - cirurgia que eleva o colo da bexiga aos ligamentos fortes
nos
ossos pélvicos usando suturas.
Estimulação do nervo sacral - dispositivo semelhante ao marca-passo, em que um
eletrodo de longa permanência é inserido por um pequeno corte na parte inferior das costas e um
neuroestimulador é inserido sob a pele da nádega superior.
Diversas organizações podem ajudar você e seus familiares a entender e tratar a incontinência urinária. Além disso, preparamos uma série especial, no YouTube, para abordar essa condição. Assista e leia mais sobre isso.